por Lurdinha Danezy
Sete anos que você nos deixou.
Entendo... já era hora.
Não fazia sentido um homem como você passar por tudo aquilo... a degradação, a dor, a humilhação, a morte iminente.
Você não merecia viver aquela condição.
Entendo que você tenha ido, não queria a verdade da perda.
Aprendi muito com você, “veínho”. Aprendi tudo com você.
Aprendi a ser gente e a respeitar gente.
Aprendi a amar e cuidar, não aquele cuidar de mimos, você nunca foi muito disso. Aprendi o cuidar para a vida, para o enfrentamento... sem arrependimentos.
Com você pai, aprendi a importância de lutar por um mundo melhor, a crença de isso era possível e a necessidade de trabalhar por uma sociedade mais justa e igualitária.
Com você aprendi a ver Deus, não pelo ângulo das religiões, mas ver Deus por tudo o que Ele tem de humano, de justo e de bom.
Aprendi muitas outras coisas. Aprendi a pescar, a respeitar o peixe e a dividi-lo com os outros, a caçar e respeitar a caça, a plantar e aguardar com tranqüilidade a hora da colheita.
Aprendi a dirigir carro e vida, ambos com os cuidados necessários para evitar grandes acidentes.
Aprendi a trabalhar sem me preocupar com os lucros, trabalhar pelo trabalho em si e pelo retorno de vida que ele nos dá.
Para você o dinheiro era um meio e não um fim. Pensamento dos que escolhem vida cheia de riquezas e não de dinheiro.
Sinto sua falta. Sinto sua falta todos os dias da minha vida.
Sinto falto do seu conhecimento, da sua sensibilidade, do seu jeito de contar histórias, da sua sabedoria.
Sinto falta das suas mãos macias, as mais macias que jamais vi, acariciando meu rosto ou minhas mãos.
Sinto falta das nossas conversas diárias ao telefone. Gostava mais de conversar com você ao telefone, parece que o distanciamento aumentava a aproximação e era bom.
Sinto sua falta ao mesmo tempo em que sinto a completude da sua presença em mim. Presença nos meus gestos, nos meus atos, na minha fala e nas minhas crenças.
Agradeço o tempo que você ficou na minha vida e agradeço a vida que tem você o tempo todo.
Você se foi, já era hora. Aquele corpo já não comportava pessoa tão grande.
O corpo se foi, a sua presença diária nas nossas vidas continua.
Obrigada PAI.
segunda-feira, 15 de março de 2010
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